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DISPOSIÇÕES E EFEITOS - Santa Missa




Primeiramente, como ensina o Concílio de Trento, a comunhão é o remédio que nos livra dos pecados veniais, e nos preserva dos mortais: “Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais.”Diz-se que somos livres das falhas de cada dia porque, segundo São Tomás, por meio deste sacramento, o homem é estimulado a fazer atos de amor e por eles se apagam os pecados veniais. Somos preservados dos pecados mortais, porque a sagrada comunhão confere o aumento da graça que nos preserva das culpas graves. Por isso escreveu Inocêncio III: “JESUS CRISTO com sua Paixão nos livrou do poder do pecado, mas com a Eucaristia nos livra do poder de pecar.” Além disso este sacramento inflama de modo especial as pessoas no amor de DEUS: “DEUS é amor. É fogo que consome todos os afetos terrenos em nossos corações: É fogo devorador.” JESUS CRISTO veio precisamente acender este fogo de amor na Terra. Não tinha outro desejo senão ver aceso este santo fogo em cada um de nós. Santa Catarina de Sena imaginava JESUS Sacramentado nas mãos do sacerdote como




se fosse um globo de fogo e a Santa admirava-se de não ficarem abrasados e consumidos todos os corações dos homens. Santa Rosa de Lima, depois da comunhão, impressionava a todos que dela se aproximavam pro sua grande piedade e recolhimento. Para as almas do Purgatório, a Santa Comunhão é o dom pessoal que elas podem receber de nós. Quem pode dizer quanto ajudam para a sua libertação as Santas Comunhões? São Boaventura se fez Apóstolo desta verdade, e dela falava em termos vibrantes: “Ó almas cristãs, quereis dar provas de verdadeiro amor aos vossos defuntos? Quereis enviar-lhes os mais preciosos socorros e as chaves de ouro do Céu? Fazei frequentemente a Santa Comunhão pelo descanso de suas almas.”

Reflitamos, também, que na Santa Comunhão, não nos unimos somente a JESUS CRISTO, mas também a todos os membros do Seu Corpo Místico, especialmente às almas mais caras a JESUS e  mais caras ao seu Coração. “Visto que não temos mais do que um só pão, nós, mesmo sendo muitos, formamos um só corpo: todos, com efeito, participamos do mesmo pão.” (I Cor 10, 17). Sempre que, com o coração puro comungamos, realiza-se plenamente aquela palavra de JESUS: “Eu neles...a fim de que sejam perfeitos na Unidade”(Jo 17, 23). Com a Eucaristia, sim, não só tudo podemos, mas até obtemos o que deveria encher-nos de espanto e comover-nos, a saber, a nossa identificação com JESUS, como nos diz Santo Agostinho: “Não somos quem transformamos JESUS CRISTO em nós, como fazemos com os outros alimentos que comemos, mas é JESUS CRISTO que nos transforma Nele.” Portanto devemos estar certos de que uma pessoa não pode fazer nem pensar fazer coisa mais agradável a JESUS CRISTO, do que assistir à Santa Missa e comungar com as disposições convenientes a tão grande hóspede. Assim se une a CRISTO, pois esta é a intenção deste adorável Senhor.

Prestem atenção no que eu disse: com as disposições convenientes; não disse “dignas” porque se estas fosses exigidas, quem poderia comungar? Só um outro DEUS seria digno de receber um DEUS. Entendo como “convenientes” aquelas disposições que convêm a uma miserável criatura vestida de pecadora carne de Adão. Basta, ordinariamente falando, comungar em estado de graça e com vivo desejo de crescer no amor a JESUS CRISTO. Dizia São Francisco de Sales: “Só por amor se deve receber JESUS CRISTO na comunhão já que só por amor ele se dá a nós.” Entendamos, pois, que não existe coisa tão proveitosa a nós como a comunhão. O PAI Eterno pôs nas mãos de JESUS CRISTO todas as suas riquezas divinas: “O PAI tudo lhe colocou nas mãos”. Por isso, quando CRISTO vem até a uma pessoa pela comunhão, traz consigo imensos tesouros de graças. Uma pessoa que recebeu bem a comunhão, pode dizer: “Com ela me vieram todos os bens”. São Dionízio diz que o sacramento da Eucaristia tem poder de santificar as pessoas mais do que todos os outros meios espirituais. São Vicente Ferrer escreveu que maior proveito se tira da comunhão, do que de uma semana de jejum a pão e água. São Cristóvão dizia: “Vós invejais a sorte da mulher que tocou nas vestes de JESUS, ou da pecadora que banhou os pés dEle com suas lágrimas, ou das mulheres da Galiléia que tiveram a felicidade de acompanhá-lo em suas peregrinações, ou dos Apóstolos com os quais Ele conversava familiarmente; da população daquele tempo que podia ouvir as palavras de graças e salvação, que saiam dos seus lábios adoráveis. Vós chamais felizes aqueles que O viram... Mas, vinde ao altar, e O vereis, e tocareis nEle, e Lhe darei beijos santos, e O banhareis com as vossas lágrimas, e O levareis dentro de vós, como Maria Santíssima!” Por isso os Santos desejavam ardentemente a Santa Comunhão com um amor que os inflamava. São Pascoal Baylon, Santa Verônica, São Geraldo Majela, Santa Margarida Maria Alacoque, São Domingos Sávio, Santa Gema Galgani...; impossível continuar, pois seria preciso colocar o nome de todos eles!

Conta-se que São Venceslau, ao visitar as igrejas onde estava o Santíssimo Sacramento, transformava-se exteriormente a ponto de chamar a atenção de quem o seguia. Por isso, diz São João Crisóstomo; O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, comungando sacramentalmente, espargimos tais chamas de amor que tornam terríveis ao inferno. Na Santa Comunhão JESUS se dá todo à pessoa que comunga, e o comungante é todo dEle. Ele penetra no coração e permanece corporalmente presente, enquanto durarem as espécies do pão, ou seja, por uns quinze minutos. Durante esse tempo, como ensinam os SantosPadres, os Anjos circundam o comungante, para continuarem a adorar a JESUS, num amor incessante. São Bernardo escreve: “Quando comungamos sacramentalmente, os Santos Anjos montam guarda, ao redor de nós, em honra de JESUS”.

Fonte: AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA - São Leonardo.